sábado, 21 de agosto de 2010
Esta semana o jornal Correio Braziliense fez uma matéria especial sobre a SEG que era até então maior clube do DF e ultimamente vem perdendo espaço para outros times. A matéria foi veiculada no site Superesportes e a autoria é do jornalista Roberto Wagner.
Gama, que já teve seus dias de glória como o título da Série B de 1998, e os quatro anos na elite do futebol brasileiro, hoje luta para não cair para a 4ª divisão. Restam apenas quatro jogos para a salvação.
Era o momento áureo do clube alviverde. Vinte de dezembro de 1998, Estádio Mané Garrincha lotado e a chance única de o Gama se sagrar campeão brasileiro da Série B. A vitória por 3 x 0 sobre o Londrina coroou a bela campanha do time candango, que após 22 anos chegava ao ápice. Bons tempos… Hoje a situação é outra. Sem brilho, dinheiro, jogadores de qualidade e uma enorme desconfiança da torcida, o maior detentor de títulos do DF tem quatro jogos para se livrar da queda à 4ª divisão do futebol nacional.
"Hoje temos que rezar muito para o Gama não cair", reconhece o ex-presidente do clube e hoje 2º vice, Agrício Braga. "Estamos torcendo muito para isso não acontecer. Esperamos por esse milagre", emenda Gérson Veira, ex-jogador e técnico da equipe. As frases de desespero de pessoas que fizeram parte da história do alviverde correspondem bem ao momento que o clube passa. Desde 1998, quando conquistou o principal título do currículo, o Gama segue em queda livre. Para muitos, um caminho sem volta que foi sendo construído aos poucos por presidentes e diretores mais interessados em tirar dinheiro do que levar o time às glórias, como a de 1998.
O Correio ouviu personagens direto da decadência. Todos se livraram da culpa. Presidente do clube na época do título nacional, Agrício Braga diz ter contado com a sorte para levar a equipe tão longe. "Não temos dúvida: contamos com muita sorte. Fizemos um trabalho sério. Naquele ano, não tínhamos a pressão de hoje. A torcida já não acreditava mais no time. Aliás, o Gama era para ter acabado em 1996. Conseguimos o patrocínio do Banco de Brasília (BRB), que nos ajudou muito", recorda Agrício. O valor oferecido pelo banco era de R$ 300 mil, o dobro do que a Antares Engenharia patrocinou o Gama nos últimos dois anos.
De acordo com ele, o ponto principal para o time não ter se mantido na elite do Brasileiro foi a insuficiência financeira. "Naquela época tínhamos time e não tínhamos estádio. Nos mantemos por quatro anos na 1ª divisão jogando no Mané Garrincha. Tenho certeza de que se tivéssemos esse Bezerrão de hoje não teríamos caído. A torcida ia estar do nosso lado e era uma renda a mais", garante Agrício.
Na presidência do Gama desde o início de 2009, Paulo Goyaz endossa o coro do ex-presidente. Sem contar com qualquer patrocinador, ele se defende da pífia campanha na Série C de 2010 dizendo que está fazendo o possível para reerguer a equipe. "Peguei o time no pior momento dele. O Gama perdeu todos os patrocinadores, mas hoje já não temos que nos deparar com oficial de Justiça batendo na nossa porta. Hoje temos dinheiro em caixa", garante o presidente do clube. Segundo ele, o momento atual faz parte do terceiro passo que teve de dar no comando do alviverde. "Quando assumi, primeiro tive que conter as despesas. Depois tinha que manter o time onde estava. E agora dar um passo maior e buscar o acesso."
OS NÚMEROS
R$ 35 mil - Quantia gasta pelo Gama por jogo fora do DF
R$ 150 mil - Valor pago pela Antares Engenharia para estampar o nome na camisa do Gama em 2008 e 2009
R$ 300 mil - Quantia paga pelo BRB ao Gama quando estava na 1ª divisão
"Hoje temos que rezar muito para o Gama não cair"
Agrício Braga, ex-presidente do Gama
"Estamos torcendo muito para isso não acontecer (Gama cair). Esperamos por esse milagre"
Gérson, ex-jogador e técnico do Gama
"Se você pedir para um torcedor do Gama dizer os nomes dos titulares de hoje ele não vai saber"
Gérson, ex-jogador e ex-técnico do Gama
O famoso time de aluguel
Um dos maiores motivos para a revolta dos torcedores gamenses é a forma no mínimo estranha que a diretoria adotou nos últimos três anos para tentar recuperar a equipe. A impressão passada era de que o Gama apenas emprestava o nome do clube para jogadores de empresários tentarem mostrar o futebol e serem transferidos por um valor mais alto.
Na prática, o alviverde trazia vários atletas de um estado vizinho, com contratos curtos - de seis meses a um ano. Em 2008, a turma que desembarcou no Ninho do Periquito vinha do Maranhão. Na temporada seguinte, 13 jogadores capixabas chegaram com o técnico conterrâneo, Giuliano Pariz. Sem sucesso.
Em ambas as ocasiões, o time fracassou. Não conseguiu o título local, tampouco fez boa campanha no Brasileiro. Para se ter uma ideia do troca-troca que a diretoria adotava, em um mesmo ano o elenco era remodelado quatro vezes: uma para a primeira metade do Candangão, outra para a parte final, um no início do Brasileiro e outro para o restante da competição. "É exatamente por isso que vai sempre cair. Se você pedir para um torcedor do Gama dizer os nomes dos titulares de hoje ele não vai saber. Infelizmente depois que apareceram os empresários, ninguém trabalha para o clube", desabafa Gérson, zagueiro titular no título de 1998 e ex-treinador da equipe, em 2010.
A estratégia da diretoria alviverde era lucrar com as vendas. Mesmo que nenhum dos diretores confirme, bastava um jogador se destacar para se transferir de clube e, consequentemente, deixar o caixa do Gama um pouco mais recheado. "Quando o Gama conseguiu chegar à 1ª divisão tinham vários jogadores da casa. E ainda assim, quando caiu, tinha um bom time para a Segundona com o Rodriguinho, Romualdo… Depois disso, a diretoria passou a desvalorizar os atletas daqui. Enquanto o Gama montar um time a cada campeonato, a tendência é sempre cair", completou Gérson.
Soluções ou aventuras?
Ainda que o discurso de quem fez ou faz parte da diretoria do Gama seja de que sempre procurou fazer o melhor pelo clube, eles mesmos se contradizem quando assunto é o futuro do time. Com boa intenção ou não, cada um tem uma solução diferente para salvar a equipe do fundo do poço. Para o ex-presidente do clube, Agrício Braga, não existe outra maneira de resgatar o futebol do Gama que não seja firmar uma parceria com um grande clube do Brasil. "Eu dei essa ideia para o Paulo Goyaz no começo do ano, mas ele não quis me ouvir. Eu tinha até uma bem encaminhada com o Coritiba. Um grande exemplo de que isso da certo é o Ipatinga. Eles fizeram o mesmo com o Cruzeiro e chegaram à 1ª divisão. Não digo que seria para sempre. Depois corríamos atrás de outros meios", aposta Agrício.
Já para o atual presidente, Paulo Goyaz, o Gama não precisa de uma medida drástica. De acordo com ele, a forma com que vem reorganizando o time poderá dar certo ainda este ano. "Eu não tenho que buscar parcerias. Isso não dá certo. Já me ofereceram, mas querem doar ao Gama jogadores que ganham R$ 60 mil por mês de salário e nós pagaríamos a metade. Não dá. Acredito que com o time que temos conseguimos o acesso", crê Paulo Goyaz.
No início de 2010, a diretoria alviverde tentou adotar uma medida mais barata. Sofrendo com a falta de patrocínio ou qualquer outra fonte de renda, o presidente Paulo Goyaz, com o diretor de futebol Flávio Raupp e o treinador Gérson Vieira buscaram no próprio futebol candango jogadores com qualidade. "Fizemos um time que é a metade da folha salarial do atual. Tenho certeza que com mais uns cinco a 10 reforços dava para montar um time forte, que buscasse o acesso. Mas eles jogaram tudo para o ar. Preferiram contratar 15 medianos do que cinco renomados", desabafou Gérson.
Sem dinheiro, sem futebol
A principal explicação encontrada pelos dirigentes para justificar a decadência do Gama nos últimos 12 anos é a falta de dinheiro. Se em 1998, o clube contava com uma cota de TV, além dos patrocínios do Café do Sítio e do BRB - os dois juntos rendiam quase R$ 500 mil -, em 2010 o alviverde não conta com parceiro algum. Basta ir ao Estádio Bezerrão para perceber que não há qualquer placa de publicidade nos dias de jogos. "O Paulo Goyaz pegou o time na pior fase. Por isso eu digo que ele é um herói. De uns três anos para cá, eu senti que não tinha mais jeito. Só contávamos com a Antares e hoje nem mais isso. O Gama está sem dinheiro. Eu tinha até conversado que o melhor era entregar o clube para algum empresário que estivesse disposto a levar o time à frente. Mas não tem. O que aparece é um bando de aventureiros", explica Agrício Braga.
Sem investidores, o Gama sobrevive hoje da renda da Timemania, das bilheterias do Estádio Bezerrão, do programa sócio torcedor, e de parcerias com hotéis, restaurantes, e empresas aéreas. No entanto, um acordo firmado por Paulo Goyaz com a Justiça do Trabalho impede que o dinheiro caia nos cofres do clube(1). "Fiz um acordo no começo do meu mandato que visava acabar com as dívidas trabalhistas. No começo, pagávamos mensalmente R$ 35 mil à Justiça do Trabalho. Mas na Série C não tínhamos como manter isso e renegociei. Agora, contribuímos com toda a renda da Timemania (em torno de 28 mil) e com 10% da renda da bilheteria", revela Goyaz.
A situação financeira, que aos poucos vai sendo controlada, tem deixado o presidente do clube tão satisfeito que ele ainda crê num acesso. "Pelo que o time apresentou no jogo contra o Marília, acho que é em possível. Ainda temos um confronto direto com o Marília e outras três partidas. Se vencermos o próximo, ficaremos a apenas dois pontos dos líderes", calcula.
Na lanterna do grupo C da Terceirona, o Gama tem quatro jogos para tentar se salvar do rebaixamento e sonhar com uma classificação para a segunda fase. No domingo, encara o Luverdense, às 16h, no Bezerrão. O adversário tem sete pontos no campeonato e está na briga direta com Macaé e Ituiutaba, ambos com os mesmos sete . "A nossa situação ainda é tranquila", exagera Paulo Goyaz.
Milagre
Em meio à decadência do Gama, o ano de 2004 foi uma exceção. Quando tudo parecia se encaminhar para um calvário, o time conseguiu se superar e voltar à Série B. "O Gama, na época, tinha um time bom. Emerson, Rodriguinho, Alencar, Maia, Goeber… Todos esses jogadores faziam parte do elenco. O Wagner Marques (então presidente) dava todo apoio para a gente e conseguimos subir", reconhece Reinaldo Gueldini, técnico do time na ocasião.
Dívida gorda
Mesmo com a má fase no campo e financeira, Paulo Goyaz decidiu pelo risco de assumir a presidência e tentar reerguer a equipe. "Quando peguei o time, ele devia R$ 5 milhões de INSS. Consegui negociar na Justiça essa dívida e ela foi reduzida para R$ 199 mil, e nós iremos praticamente quitá-la. O torcedor tem que entender que ou fazíamos isso ou o Gama iria fechar. Toda essa dívida foi gerada nas quedas da Série A para a B e depois para a C", explica o presidente do clube.
Títulos do Gama
Candangão
1979, 1990, 1994, 1995, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001 e 2003
Torneio Centro-Oeste
1981
Brasileiro Série B
1998
Gama, que já teve seus dias de glória como o título da Série B de 1998, e os quatro anos na elite do futebol brasileiro, hoje luta para não cair para a 4ª divisão. Restam apenas quatro jogos para a salvação.
Era o momento áureo do clube alviverde. Vinte de dezembro de 1998, Estádio Mané Garrincha lotado e a chance única de o Gama se sagrar campeão brasileiro da Série B. A vitória por 3 x 0 sobre o Londrina coroou a bela campanha do time candango, que após 22 anos chegava ao ápice. Bons tempos… Hoje a situação é outra. Sem brilho, dinheiro, jogadores de qualidade e uma enorme desconfiança da torcida, o maior detentor de títulos do DF tem quatro jogos para se livrar da queda à 4ª divisão do futebol nacional.
"Hoje temos que rezar muito para o Gama não cair", reconhece o ex-presidente do clube e hoje 2º vice, Agrício Braga. "Estamos torcendo muito para isso não acontecer. Esperamos por esse milagre", emenda Gérson Veira, ex-jogador e técnico da equipe. As frases de desespero de pessoas que fizeram parte da história do alviverde correspondem bem ao momento que o clube passa. Desde 1998, quando conquistou o principal título do currículo, o Gama segue em queda livre. Para muitos, um caminho sem volta que foi sendo construído aos poucos por presidentes e diretores mais interessados em tirar dinheiro do que levar o time às glórias, como a de 1998.
O Correio ouviu personagens direto da decadência. Todos se livraram da culpa. Presidente do clube na época do título nacional, Agrício Braga diz ter contado com a sorte para levar a equipe tão longe. "Não temos dúvida: contamos com muita sorte. Fizemos um trabalho sério. Naquele ano, não tínhamos a pressão de hoje. A torcida já não acreditava mais no time. Aliás, o Gama era para ter acabado em 1996. Conseguimos o patrocínio do Banco de Brasília (BRB), que nos ajudou muito", recorda Agrício. O valor oferecido pelo banco era de R$ 300 mil, o dobro do que a Antares Engenharia patrocinou o Gama nos últimos dois anos.
De acordo com ele, o ponto principal para o time não ter se mantido na elite do Brasileiro foi a insuficiência financeira. "Naquela época tínhamos time e não tínhamos estádio. Nos mantemos por quatro anos na 1ª divisão jogando no Mané Garrincha. Tenho certeza de que se tivéssemos esse Bezerrão de hoje não teríamos caído. A torcida ia estar do nosso lado e era uma renda a mais", garante Agrício.
Na presidência do Gama desde o início de 2009, Paulo Goyaz endossa o coro do ex-presidente. Sem contar com qualquer patrocinador, ele se defende da pífia campanha na Série C de 2010 dizendo que está fazendo o possível para reerguer a equipe. "Peguei o time no pior momento dele. O Gama perdeu todos os patrocinadores, mas hoje já não temos que nos deparar com oficial de Justiça batendo na nossa porta. Hoje temos dinheiro em caixa", garante o presidente do clube. Segundo ele, o momento atual faz parte do terceiro passo que teve de dar no comando do alviverde. "Quando assumi, primeiro tive que conter as despesas. Depois tinha que manter o time onde estava. E agora dar um passo maior e buscar o acesso."
OS NÚMEROS
R$ 35 mil - Quantia gasta pelo Gama por jogo fora do DF
R$ 150 mil - Valor pago pela Antares Engenharia para estampar o nome na camisa do Gama em 2008 e 2009
R$ 300 mil - Quantia paga pelo BRB ao Gama quando estava na 1ª divisão
"Hoje temos que rezar muito para o Gama não cair"
Agrício Braga, ex-presidente do Gama
"Estamos torcendo muito para isso não acontecer (Gama cair). Esperamos por esse milagre"
Gérson, ex-jogador e técnico do Gama
"Se você pedir para um torcedor do Gama dizer os nomes dos titulares de hoje ele não vai saber"
Gérson, ex-jogador e ex-técnico do Gama
O famoso time de aluguel
Um dos maiores motivos para a revolta dos torcedores gamenses é a forma no mínimo estranha que a diretoria adotou nos últimos três anos para tentar recuperar a equipe. A impressão passada era de que o Gama apenas emprestava o nome do clube para jogadores de empresários tentarem mostrar o futebol e serem transferidos por um valor mais alto.
Na prática, o alviverde trazia vários atletas de um estado vizinho, com contratos curtos - de seis meses a um ano. Em 2008, a turma que desembarcou no Ninho do Periquito vinha do Maranhão. Na temporada seguinte, 13 jogadores capixabas chegaram com o técnico conterrâneo, Giuliano Pariz. Sem sucesso.
Em ambas as ocasiões, o time fracassou. Não conseguiu o título local, tampouco fez boa campanha no Brasileiro. Para se ter uma ideia do troca-troca que a diretoria adotava, em um mesmo ano o elenco era remodelado quatro vezes: uma para a primeira metade do Candangão, outra para a parte final, um no início do Brasileiro e outro para o restante da competição. "É exatamente por isso que vai sempre cair. Se você pedir para um torcedor do Gama dizer os nomes dos titulares de hoje ele não vai saber. Infelizmente depois que apareceram os empresários, ninguém trabalha para o clube", desabafa Gérson, zagueiro titular no título de 1998 e ex-treinador da equipe, em 2010.
A estratégia da diretoria alviverde era lucrar com as vendas. Mesmo que nenhum dos diretores confirme, bastava um jogador se destacar para se transferir de clube e, consequentemente, deixar o caixa do Gama um pouco mais recheado. "Quando o Gama conseguiu chegar à 1ª divisão tinham vários jogadores da casa. E ainda assim, quando caiu, tinha um bom time para a Segundona com o Rodriguinho, Romualdo… Depois disso, a diretoria passou a desvalorizar os atletas daqui. Enquanto o Gama montar um time a cada campeonato, a tendência é sempre cair", completou Gérson.
Soluções ou aventuras?
Ainda que o discurso de quem fez ou faz parte da diretoria do Gama seja de que sempre procurou fazer o melhor pelo clube, eles mesmos se contradizem quando assunto é o futuro do time. Com boa intenção ou não, cada um tem uma solução diferente para salvar a equipe do fundo do poço. Para o ex-presidente do clube, Agrício Braga, não existe outra maneira de resgatar o futebol do Gama que não seja firmar uma parceria com um grande clube do Brasil. "Eu dei essa ideia para o Paulo Goyaz no começo do ano, mas ele não quis me ouvir. Eu tinha até uma bem encaminhada com o Coritiba. Um grande exemplo de que isso da certo é o Ipatinga. Eles fizeram o mesmo com o Cruzeiro e chegaram à 1ª divisão. Não digo que seria para sempre. Depois corríamos atrás de outros meios", aposta Agrício.
Já para o atual presidente, Paulo Goyaz, o Gama não precisa de uma medida drástica. De acordo com ele, a forma com que vem reorganizando o time poderá dar certo ainda este ano. "Eu não tenho que buscar parcerias. Isso não dá certo. Já me ofereceram, mas querem doar ao Gama jogadores que ganham R$ 60 mil por mês de salário e nós pagaríamos a metade. Não dá. Acredito que com o time que temos conseguimos o acesso", crê Paulo Goyaz.
No início de 2010, a diretoria alviverde tentou adotar uma medida mais barata. Sofrendo com a falta de patrocínio ou qualquer outra fonte de renda, o presidente Paulo Goyaz, com o diretor de futebol Flávio Raupp e o treinador Gérson Vieira buscaram no próprio futebol candango jogadores com qualidade. "Fizemos um time que é a metade da folha salarial do atual. Tenho certeza que com mais uns cinco a 10 reforços dava para montar um time forte, que buscasse o acesso. Mas eles jogaram tudo para o ar. Preferiram contratar 15 medianos do que cinco renomados", desabafou Gérson.
Sem dinheiro, sem futebol
A principal explicação encontrada pelos dirigentes para justificar a decadência do Gama nos últimos 12 anos é a falta de dinheiro. Se em 1998, o clube contava com uma cota de TV, além dos patrocínios do Café do Sítio e do BRB - os dois juntos rendiam quase R$ 500 mil -, em 2010 o alviverde não conta com parceiro algum. Basta ir ao Estádio Bezerrão para perceber que não há qualquer placa de publicidade nos dias de jogos. "O Paulo Goyaz pegou o time na pior fase. Por isso eu digo que ele é um herói. De uns três anos para cá, eu senti que não tinha mais jeito. Só contávamos com a Antares e hoje nem mais isso. O Gama está sem dinheiro. Eu tinha até conversado que o melhor era entregar o clube para algum empresário que estivesse disposto a levar o time à frente. Mas não tem. O que aparece é um bando de aventureiros", explica Agrício Braga.
Sem investidores, o Gama sobrevive hoje da renda da Timemania, das bilheterias do Estádio Bezerrão, do programa sócio torcedor, e de parcerias com hotéis, restaurantes, e empresas aéreas. No entanto, um acordo firmado por Paulo Goyaz com a Justiça do Trabalho impede que o dinheiro caia nos cofres do clube(1). "Fiz um acordo no começo do meu mandato que visava acabar com as dívidas trabalhistas. No começo, pagávamos mensalmente R$ 35 mil à Justiça do Trabalho. Mas na Série C não tínhamos como manter isso e renegociei. Agora, contribuímos com toda a renda da Timemania (em torno de 28 mil) e com 10% da renda da bilheteria", revela Goyaz.
A situação financeira, que aos poucos vai sendo controlada, tem deixado o presidente do clube tão satisfeito que ele ainda crê num acesso. "Pelo que o time apresentou no jogo contra o Marília, acho que é em possível. Ainda temos um confronto direto com o Marília e outras três partidas. Se vencermos o próximo, ficaremos a apenas dois pontos dos líderes", calcula.
Na lanterna do grupo C da Terceirona, o Gama tem quatro jogos para tentar se salvar do rebaixamento e sonhar com uma classificação para a segunda fase. No domingo, encara o Luverdense, às 16h, no Bezerrão. O adversário tem sete pontos no campeonato e está na briga direta com Macaé e Ituiutaba, ambos com os mesmos sete . "A nossa situação ainda é tranquila", exagera Paulo Goyaz.
Milagre
Em meio à decadência do Gama, o ano de 2004 foi uma exceção. Quando tudo parecia se encaminhar para um calvário, o time conseguiu se superar e voltar à Série B. "O Gama, na época, tinha um time bom. Emerson, Rodriguinho, Alencar, Maia, Goeber… Todos esses jogadores faziam parte do elenco. O Wagner Marques (então presidente) dava todo apoio para a gente e conseguimos subir", reconhece Reinaldo Gueldini, técnico do time na ocasião.
Dívida gorda
Mesmo com a má fase no campo e financeira, Paulo Goyaz decidiu pelo risco de assumir a presidência e tentar reerguer a equipe. "Quando peguei o time, ele devia R$ 5 milhões de INSS. Consegui negociar na Justiça essa dívida e ela foi reduzida para R$ 199 mil, e nós iremos praticamente quitá-la. O torcedor tem que entender que ou fazíamos isso ou o Gama iria fechar. Toda essa dívida foi gerada nas quedas da Série A para a B e depois para a C", explica o presidente do clube.
Títulos do Gama
Candangão
1979, 1990, 1994, 1995, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001 e 2003
Torneio Centro-Oeste
1981
Brasileiro Série B
1998
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tá na ora deses enpresarios de brasilia ajudaren o nosso gamão como qeu esses deixen de patrocinar o time de maior torcida do centro oestecade a antares,brb,café do sitio,agua mineral lapriori até o ceilandia comsegue patrocinio porque o GAMA não comsegue ta na hora desses enpresarios comesaren a ajudar o gama e eu tenho sertesa que alguns deles são torcedores do gama.
Segundo relato no CB, o presidente Paulo Goyaz afirmou o seguinte: "Quando peguei o time, ele devia R$ 5 milhões de INSS"... Isto significa que a diretoria anterior não vinha recolhendo os impostos, agiram com irresponsabilidade, com certeza só se preocuparam em encher os seus próprios bolsos e às custa do nosso time. Em nenhum momento se preocuparam com o futuro do Gama. Tem que fazer por onde esses "dirigentes anteriores" paguem as dívidas que eles fizeram. Dá nojo desses dirigentes mercenários...
Sócio Torcedor 26
O curioso é que o agrício braga faz parte da diretoria anterior e agora tem a cara de pau de dizer "Hoje temos que rezar muito para o Gama não cair". A situação difícil que o Gama vem passando é por culpa dele e do wagner marques que não pagaram os impostos.
Francisco.
O curioso é que o agrício fez parte da diretoria antenrior e agora vem com discurso esfarrapados "temos que rezar muito para o time não cair". Pura falsidade.
Francisco