quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Hoje, às 20h30, o Gama entra em campo, no Serejão, em Taguatinga, para enfrentar a equipe do Brasiliense. Para o Gama é uma parada difícil, pois o time alviverde apenas empatou na rodada de abertura do Candangão 2011, quando recebeu no Bezerrão o Atlético Ceilandense.
Agora é lutar contra as adversidades e conquistar três pontos em pleno Serejão, tarefa que, numa avaliação primeira, não me parece das mais complicadas, pois o Brasiliense hoje se iguala em condições técnicas às demais equipes do DF.
O time do Luiz Estevão conheceu no ano passado o descenso para a terceira divisão do campeonato nacional e com isso sofreu um revés na composição do seu elenco. Prova maior desta afirmativa encontra-se desenhada nas dificuldades que o Jacaré enfrentou para ganhar do CFZ, no último fim de semana, quando se apresentou no Bezerrão, estádio onde o CFZ deverá mandar os seus jogos em 2011.
Ainda sobre o jogo de logo mais, à noite, há sempre um detalhe muito interessante, que é a presença da torcida. Em tempos pretéritos era um encontro carregado de animosidades, com gritos de "guerra". Os resultados sempre apontaram para registros isolados da violência praticada por alguns segmentos das torcidas organizadas das duas agremiações. Isso não leva a nada e o pior, afasta os torcedores dos estádios, além, é claro, de macular a imagem do futebol local.
Recentemente, percebi em sites especializados em relacionamentos, a exemplo do orkut, que há uma retomada de consciência sobre o comportamento das torcidas, tanto é que um torcedor do Gama postou um convite para que todos prestigiem o jogo Brasiliense x Gama, por ele intitulado como "O clássico da paz".
Tomara que a torcida compareça em grande número e que, de fato, seja um jogo equilibrado entre atletas e dirigentes, o mesmo clima que espero ver nas arquibancadas e nos arredores do Estádio Serejão, em Taguatinga.
Fico aqui torcendo para que o Gamão se encontre com a sua história de equipe vencedora e desta forma traga de Taguatinga três pontos, para se impor na tabela de classificação geral do campeonato do DF.
A ascensão do Gama é de profundo interesse para todos aqueles que lidam com o futebol no DF, pois é o único time que possui identidade com a comunidade e uma forte relação de apreço com os seus torcedores. Trata-se de afinidade forjada na cumplicidade dos inúmeros títulos conquistados no DF, com a projeção do nome da Sociedade Esportiva do Gama no cenário nacional. É bem verdade que isso já faz um bom tempo. O time precisa acordar, caso contrário nós, torcedores, vamos ficar o tempo todo contando histórias e mais histórias do Gama com os olhos fixos nos retrovisores do tempo.
O Campeonato Candango é um excelente laboratório para que o time do Gama se reestruture e no segundo semestre lute com determinação pela retomada do seu espaço no plano nacional.
A Série "D", não é lugar para o time do Gama e de outras equipes de renome que hoje estão no fundo do poço, mas com plenas condições de resurgirem das cinzas para o topo da tabela, a exemplo do Fortaleza e do Juventude que se juntaram ao Gama. São clubes que merecem melhor sorte e uma atenção mais respeitosa por parte dos seus dirigentes.
Aqui em Brasília todos tributam aos dirigentes do Gama a decadência da equipe. São muitas as justificativas postas em debate. Em primeiro há uma posição de isolamento que os dirigentes adotaram em relação à torcida, à comunidade e à imprensa.
É hora de dialogar, ouvir todos que possam contribuir com as suas sugestões para que em 2014, por ocasião da Copa do Mundo, tenhamos em Brasília a retomada da popularidade do futebol local com equipes disputando espaços na elite do futebol brasileiro. É, também, uma forma para justificar inclusive, a aplicação dos recursos públicos e privados na construção de um estádio que não poderá ficar ocioso, o Estádio Nacional de Brasília. Neste estádio as equipes locais poderão fazer apresentações especiais.
O Gama já conta com um estádio na medida exata das suas necessidades mas, nem por isso, deverá se eximir do sonho de desfilar o seu plantel no maior estádio de Brasília, que está em fase de construção no mesmo local que abrigou o Mané Garrincha. É ver para crer. Eu acredito em dias melhores para o futebol do DF.
Há diversos fatores que analisados com critérios apontam que não se trata de utopia este meu pensamento positivo. Cito, aqui, a título de exemplo, alguns dados que são altamente positivos para qualquer investidor que goste de futebol. Não vou enumerar pela ordem, mas começo com um dado significativo, a população de quase três milhões de habitantes, aqui incluído o Entorno; a renda per capita elevada; a disponibilidade de estádios em condições de abrigar os jogos; uma excelente rede hoteleira; uma população que gosta de futebol, ainda que torça muito pelos campeonatos de outros estados, situação que lentamente será modificada nos próximos 20 anos, com o surgimento da verdadeira identidade do torcedor candango que nasceu aqui, que se criou aqui e que certamente vai torcer pelas cores de Brasília (DF).
Somado a estes dados há, ainda, um item de substancial importância, somos a capital do país do futebol e merecemos dias melhores. Brasília está entre as três cidades brasileiras de maior presença na mídia. Se houver, de fato, um futebol bem estruturado, a divulgação será imediata e o retorno positivo.
Por tudo isso acredito em dias melhores para o futebol candango e neste compasso torço muito para que a Sociedade Esportiva do Gama se redima dos fiascos que escreveu na sua história em virtude da falta de planejamento e seriedade dos seus dirigentes, que tinham tudo para fortalecer a equipe e preferiram ficar no anonimato. O resultado não poderia ser pior. Estamos no fundo do poço mas, como dito anteriormente, vamos sair fortalecidos para a retomada da nossa história.
Atenciosamente,
Remy Soares de Carvalho
Asa Norte - DF, 19 de janeiro de 2011
Caro Remy!!!
Parabéns pelo espetacular e excelente texto. Mas, enquanto a imprensa local continuar a dar prioridade aos outros campeonatos - SP e o RJ, principalmente - em suas cobertura, penso que 20 anos será pouco, para termos tradição.
Concordo plenamente em que somos um mercado em potencial para os patrocionadores estamparem suas marcas, mas a mentalidade dos dirigentes, tem que mudar bastante...!!!!! Gerar confiabiliadade..!!!
Precisamos muito de uma imprensa que apóie o esporte local, dando uma cobertura mais justa. Poxa, é uma cobertura pequena para o esporte local, e dos estados do RJ e SP, uma cobertura completa, com anunciantes daqui!!! !
Isso é uma questão cultural, leva tempo, muito tempo!!!!
Como sempre, ótimo texto do Remy...
Não perco meu tempo torcendo pra times de fora.No jogo do Gamão o meu lugar é no estádio.Quem quiser ficar com a bunda no sofá que torça pra time dos outros.
Concordo com o anônimo acima
Prefiro ser um gamense legítimo do que ser um carioca ou um paulista falsificado.
Anderson 100% Gamão
Remy,
Parabens pelo belo texto. Você é um verdadeiro gamense de coração. Concordo com tudo que voce escreveu, da primeira a última linha, principalmente quando fala dos responsáveis pelo péssimo momento do gama. Infelizmente, acho que os responsáveis pela decadencia do gama, a diretoria, pretendem se eternizar na direção do gama. Por isso, precisamos fazer algo para tirá-los do comando.
ADRIANO