segunda-feira, 11 de abril de 2011

Confira a trajetória de Leandro 93 até o Grêmio

Autor: Marcelo | segunda-feira, 11 de abril de 2011 | Categoria: |


Reportagem do site Terra contou curiosidades sobre a
carreira de Leandro 93(ao fundo sendo agarrado).

Foto:Blog do Imortal Tricolor

O atacante Leandro que veio das categorias de base do Gama segue sendo tratado com status de estrela no Grêmio de Porto Alegre. Depois de ser apontado com novo "Neymar", esta semana foi divulgado no site Terra uma matéria contando como se deu a chegada de Leandro ao tricolor dos pampas.

Curiosidades até hoje não contadas foram expostas o site. Confira agora a matéria na íntegra realizada pelo repórter Dassler Marques.


PASSO A PASSO, SAIBA COMO LEANDRO VIROU JÓIA RARA DOS GREMISTAS

Leandro (segundo jogador abaixo, da direita para a esquerda), iniciou a carreira no Distrito Federal).
Foto:Divulgação

Há estreias que ficam marcadas na história do futebol. Uma delas é a de Alexandre Pato nos profissionais em Internacional x Palmeiras, no Palestra Itália, em 2006. Ou a de Ronaldinho com a Seleção Brasileira, com chapéu e golaço contra a Venezuela, na Copa América de 1999. A do gremista Leandro, em 20 de fevereiro de 2011, está entre elas: aos 35min da etapa final, contra o Ypiranga de Erechim, substituiu o capitão Fábio Rochemback. Bastaram 12 minutos para o primeiro gol no time principal do Grêmio.

Maior sensação gremista dos últimos anos, Leandro demorou mais um mês para voltar a ter outra chance, contra o Porto Alegre, novamente nos minutos finais. As oportunidades então começaram a se repetir: contra o Inter de Santa Maria, dois gols. Diante do Pelotas, nenhum, mas ótima atuação. A primeira como titular, em visita ao Juventude, foi coroada com gol. Contra o Veranópolis, mais um gol. Em seis partidas como profissional, Leandro já marcou cinco vezes.

A média do meia-atacante não surpreende Bugre, Beto Morales, Pedro Viana e Vílson de Sá. Você provavelmente não conhece os quatro, mas todos são personagens importantes que orbitaram em torno do gremista desde os tempos de União Desportiva Guaraense, no Distrito Federal. A primeira escolinha da qual participou aquele que já é chamado de "Neymar do Estádio Olímpico".

O início de tudo para Leandro em Guará-DF


Com duas décadas de trabalho dedicadas à formação de jogadores, a escolinha de futebol da União Desportiva Guaraense, em Guará, é referência no Distrito Federal. Foi lá que Carlos, pai de Leandro, bateu à procura de uma oportunidade para o filho. Era ainda início de 2007 e começava a pintar um futuro talento.

Pouco tempo depois de inscrito, Leandro foi junto aos demais garotos nascidos em 1993 para a disputa de um torneio no Paraná. Foi quando constataram o talento dele.

"É um jogador muito corajoso, de personalidade. Mas chegou para nós com muitos vícios de pelada. Onde ele morava, em Gama, jogava futebol na terra. E aí fomos dando algumas noções para ele", conta Beto Morales, treinador da Guaraense, em entrevista ao Terra. "Ele já tinha muita bola", diz.

Aos poucos, o talento do garoto foi se aperfeiçoando, apesar da interferência de Carlos. "O pai dele é muito questionador. Cismou que o Leandro precisava ir para o Gama. Dei a liberação para ele. Não tenho nenhuma participação do jogador, mas quero que ele vença", conta Morales, pai de Beto, e o proprietário da Guaraense.

No torneio disputado no Paraná, a modesta escolinha de Guará saiu campeã, e repetiria uma boa campanha no Estadual Infantil em 2008, sendo vice.

"Houve um jogo marcante, contra o Brasiliense. Tinham os melhores jogadores, treinavam todos os dias. Pegamos eles aqui e vencemos por 6 a 2. O Leandro marcou dois belos gols", recorda o treinador Beto Morales.

"Sempre foi muito respeitador. Não era de conversar muito, só brincava com alguns. Nunca nos trouxe nenhum problema. Era esforçado e talentoso".

Leandro e as passagens por mais dois clubes do Distrito Federal

A fama de Leandro se espalhava no Distrito Federal, até que chegou no CFZ, time lembrado pela ligação com Zico, o fundador. O relacionamento entre o pai do jogador e pessoas do clube, se especula, não era dos melhores. Então a passagem foi curta, de apenas quatro meses, em 2008. Mas Pedro Viana, ex-diretor executivo do CFZ, se recorda do agora talentoso gremista.

"Ele chegou aqui na mesma época do Rafinha, que hoje está nos juniores do Flamengo. Lá ele é conhecido como 'Neymar da Gávea'. Curioso, porque o Leandro é chamado de 'Neymar do Olímpico'. Mas ele por aqui mudou bastante, pois entrou em uma linha de treinos mais profissionais. Era aquele jogador habilidoso, mas com um pouco de preguiça. Não queria marcar tanto. Acreditávamos que poderia virar um grande, mas não tão rápido", lembra Pedro, que chegou a jogar na equipe profissional do Flamengo nos anos 90.

Foi lá que conheceu Renato Gaúcho, hoje o treinador de Leandro no Grêmio. "Jogamos juntos e sei que ele gosta de caras jovens. Quer o cara bom, independente da idade", lembra Pedro.

Assim como ocorreu na Guaraense, Carlos interveio. "Ele era uma pessoa um pouco complicada. Exigiu algumas coisas do clube, teve problemas particulares com o presidente e se mudou para o Gama", acrescenta Viana.

No nove clube, Leandro fez parte de uma geração interessante de jogadores captados pelo Funfa (Fundo Nacional de Formação de Atletas), empresa que terceirizava as categorias de base do Gama com investimento em profissionais, estrutura, e preservando direitos econômicos em troca.

Em pouco tempo, exatamente um ano, Leandro se destacaria e finalmente seria jogador de time grande. E um ótimo negócio para os irmãos Alberto Mohamed, proprietários do Funfa, até hoje como representantes junto a Gilmar Veloz.

O dia em que o Inter chegou atrasado e Leandro virou gremista

Reconhecido encontro de promessas do futebol brasileiro, a Copa Santiago (sediada em cidade gaúcha de mesmo nome) foi o grande despertar de Leandro para o futebol no início de 2010. De forma surpreendente, a equipe do Gama arrancou para o vice-campeonato, sendo batida apenas pelo Internacional. Clubes como Vasco e Grêmio ficaram pelo caminho, mas os gremistas ainda assim teriam um saldo positivo da competição.

Bugre, treinador dos juvenis do Grêmio, viu Leandro em ação e foi rápido no gatilho: indicou a contratação aos dirigentes. Cacau, que era o chefe da delegação gremista, referendou.

"Gostei muito dele jogando contra nós. Contra o Inter, também foi muito bem. É um meia que a gente não tinha na categoria. Tem velocidade, técnica, joga em direção ao gol e bate bem na bola", conta Bugre, o principal responsável pela chegada do menino que já havia passado por três times diferentes do Distrito Federal.

Na seleção elaborada pelos organizadores da Copa Santiago, Leandro não foi incluído - apenas os companheiros Daniel, Diomarcos, Yago e Formiga. Mesmo assim, chamou a atenção de muita gente que acompanhava o torneio.

"O Internacional também procurou, mas já tínhamos acertado com o Grêmio. Foi coisa de poucos dias", afirma Vílson de Sá, homem que atende o celular de Carlos, o pai do "Neymar do Olímpico", e que diz "ter visto Leandro desde os tempos de escolinha em Gama".

No Grêmio, Leandro não chegou como qualquer um. E, ironicamente, já com um grande empresário: Gilmar Veloz, um dos mais influentes do Rio Grande do Sul e com clientes como Alexandre Pato, por exemplo.

Aos poucos, foi sendo moldado às exigências do futebol gaúcho. "Nós conversamos, fomos pedindo algumas coisas, mais atenção na marcação, atenção à parte tática. A maneira de jogar aqui (no RS) é diferente", conta Bugre. O garoto assimilou rapidamente.

Ao fim da fase de grupos da Copa Libertadores, Leandro será inscrito por Renato Gaúcho, provavelmente em substituição a Diego Clementino. Titular nos últimos dois jogos do Campeonato Gaúcho, também ganhará um novo contrato nos próximos dias e uma multa rescisória quase proibitiva para equipes interessadas, mas de valor ainda não divulgado.

Hoje, a joia gremista vive outro momento. O pai, Carlos, até foi proibido de dar entrevistas. "Ninguém da família atende a imprensa. Estão ligando toda hora do Rio Grande do Sul", diz Vílson de Sá.

"Eles não estão preparados para falar por enquanto", conta. De fato, o salto de Leandro foi meteórico e leva impacto a todos ao redor. Para quem precisou de 12 minutos como profissional para fazer o primeiro gol, nada mais natural que acontecesse.

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