A eliminação da equipe de juniores do Gama do campeonato candango foi "sacramentada" no último final de semana. Precisando vencer para seguir na competição, o alviverde foi derrotado pelo invicto Santa Maria (que na verdade é o Brasiliense com outra camisa) sendo que o verdinho teve o volante Hiago expulso ainda no primeiro tempo. Para seguir adiante o Gama dependia de uma derrota do Bandeirante para o Sobradinho no estádio JK em Paranoá.

No entanto o embate entre os alvinegros foi uma série de vexames. A partida começou com atraso, o árbitro escalado era um e apareceu outro e, de quebra, o sistema de irrigação começou a funcionar no meio do jogo impossibilitando a realização do jogo até seu final. No dia seguinte, o árbitro que expulsou o jogador do Gama no dia anterior substituiu seu antecessor e apitou o restante da partida que terminou com vitória do Bandeirante por 2x1.

O Coordenador das categorias de base do Gama Carlos Alberto Mohammada, o Betinho soltou o verbo contra a arbitragem e foi à Federação pedir a anulação da partida. O vice-presidente da Federação Brasiliense de Futebol Paulinho Araújo ficou sabendo do ocorrido, pediu direito de resposta e foi prontamente atendido pelo BLOGAMA.

Paulinho esclareceu que os fatos narrados por Betinho quanto à arbitragem nada influenciaram a eliminação do Gama na competição. Tanto a expulsão do volante Hiago na primeira partida quanto os lances de impedimento ocorridos no segundo jogo de seu ponto de vista foram lances de jogo normais: "O Betinho trouxe um DVD do jogo Bandeirante x Sobradinho mostrando o gol do Bandeirante em impedimento e eu mostrei outro DVD do mesmo jogo mostrando o mesmo gol com o posicionamento do jogador em posição legal. Não teve favorecimento. O Betinho nem foi ao jogo, alguém é que contou pra ele que teve gol impedido." disse Paulinho.

O dirigente afirmou que houve sim uma falta de comunicação entre a Comissão de Arbitragem e a Federação no caso da subtituição de árbitros: "O que aconteceu é que a diretoria do Bandeirante marcou o jogo para o Chapadinha em Brazlândia e em cima da hora mudaram para o JK. A arbitragem que estava escalada foi para Brazlândia, quando chegaram lá foram informados de que não haveria jogo nenhum e como já estava em cima da hora a CEAF mandou outro árbitro para o JK. A nova arbitragem chegou atrasada ao local e iniciou o jogo assim mesmo. Como o sistema de irrigação estava programado para ligar assim que terminasse o jogo, com o atraso ele ligou no meio da partida determinando a impossibilidade da continuação da partida."

A partir daí Paulinho afirma que houve falha: Sem avisar a Federação, a Comissão de Arbitragem enviou no dia seguinte o mesmo árbitro que apitara Santa Maria e Gama para ajuizar o restante da partida decisiva entre Bandeirante e Sobradinho: "Não está na regra, mas concordo que era para ter sido o mesmo árbitro para finalizar a partida, ainda mais sendo um jogo decisivo. Pelo menos o mesmo quarto árbitro." disse. E avisou que irá afastar os dois árbitros (o que começou e o que terminou) da fase final do campeonato candango de juniores. Mas que também não irá impugnar a partida. "A nossa obrigação maior era não deixar faltar árbitro".

Sobre a suposta tentativa de suborno, Paulinho disse que espera um pedido formal do técnico Mazinho do Sobradinho para abrir as investigações. Até o dia de hoje o pedido não foi feito: "Chegando a denúncia eu enviarei o pedido para o TJD a fim de que seja apurado o fato".

O Vice-Presidente também falou sobre a mudança de idade de 18 para 20 anos dos jogadores participantes. Paulinho disse que era a favor da diminuição da idade para 18 anos, mas que foi voto vencido no arbitral da competição ocorrido em abril: "Eu era a favor da diminuição da idade dos jogadores, mas quem decidiu foram os dirigentes dos clubes. A maioria decidiu pela manutenção da idade em 20 anos, então não foi uma decisão minha."

Perguntamos ao presidente em exercício da Federação se existia alguma "marcação" da arbitragem do DF em relação ao clube alviverde tendo em vista as reclamações. Paulinho foi incisivo: "Não há nenhuma conspiração ou má vontade dos juízes contra o Gama. E o dia que eu souber que há alguma eu serei o primeiro a intervir".