quarta-feira, 12 de novembro de 2008
fonte:jornal de brasilia
Matematicamente o Gama ainda tem chances de permanecer na série B mas isto nem passa pela cabeça da maioria dos torcedores realistas. Sem padrão de jogo e precisando vencer o Gama decepcionou mais uma vez em casa ao perder de forma melancólica para o Paraná ontem.
Embora seja triste, o desastre já vinha sendo anunciado não é de hoje. O Gama desde que subiu à série B em 2005 vinha se segurando para não cair. Exceção apenas em 2006 quando Vanderlei fez a torcida sonhar com novo acesso ao fazer boa campanha.
Em 2005 Maia salvou o alviverde de um rebaixamento certo ao vencer as últimas partidas que lhe restavam. O Sport, último derrotado naquele ano quase foi rebaixado à série C. O mesmo Sport aprendeu com aquele episódio, hoje está na série A e vai disputar a libertadores do ano que vem.
Em 2007 Val Baiano e Bebeto precisaram vencer a última partida em casa diante do Vitória para que o Gama não caísse à série C.
Neste ano o Gama voltou a cometer os mesmos erros do passado. A começar pelo estadual onde trocou todos os jogadores mais uma vez. A campanha foi um desastre. O Gama chegou a frequentar a zona de rebaixamento no candangão, um fato inédito até então. No final um suado quarto lugar tirou a possibilidade do Gama disputar a Copa do Brasil.
Chegaria então a série B deste ano e logo de cara a declaração infeliz do Superintendente Wagner Marques dizendo que "ficar na série B para o Gama já seria um grande negócio". Era o princípio do caos.
O candangão acabou e nada do time para o brasileiro ser anunciado. Ainda perdeu o destaque Ésley para o Barueri. Restando apenas uma semana para o início da série B os jogadores foram contratados.
E que jogadores: Goleiros: Donizeti, Luis Henrique, Cristiano e Yuri;
Laterais: Digão, Thiaguinho, Lucas, Ademar e Rodrígo Ítalo;
Zagueiros: João Vitor, Pedro Paulo, Mauro; Gustavo, Fred;
Volantes: Neto, Lucas, Emerson e Cléber Gaúcho;
Meias: Thiago Bezerra, Kel e Fernando Diniz;
Atacantes: Maia, Dendel, Gioino, André Borges, Bebeto, Adriano Magrão, William, Julio Cezar
Com este time o Gama começou o campeonato perdendo para o Barueri. De lá pra cá mudou-se de técnico cinco vezes.
Do time inicial apenas Donizeti, Luis Henrique, Thiaguinho, João Vitor, Pedro Paulo, Maia, Dendel, André Borges e Bebeto continuam no time.
Negociações estranhas e avessas à situação do time ocorreram no Gama. Bebeto que disputou o catarinense no Avaí só chegou ao Gama um mês depois do encerramento de estadual, desmotivado e fora de forma. A estrela solitária Adriano Magrão foi emprestada para um time da Turquia porque não aceitou ser reserva. Tiago Bezerra também foi embora para o exterior. Mas o cúmulo foi o episódio do jogador David Henrique. O atleta já negociado foi "plantado" no Gama para mantê-lo em atividade enquanto a janela de transferências internacionais não abria. Pelo aluguel o Gama recebeu um bom dinheiro.
O volante Aragoney também foi dispensado no meio do campeonato para fazer testes no exterior. Gioino nem chegou a jogar por causa da documentação. Roberto Santos ficou mais de um mês parado pela mesma causa e quando jogou não marcou um gol sequer. Danilo Santos veio para jogar mas com a desculpa do clima foi embora do Gama.
Quando a bagunça parecia completa, a coisa piorou com a chegada do empresário Jair Rabelo para tomar conta do futebol do Gama. Como de praxe Jair colocava somente jogadores de seu interesse na equipe para valorizá-los e revendê-los. Do Anápolis veio o atacante Dinei que mesmo sem balançar as redes era intocável, gerando grande insatisfação no grupo.
O empresário só foi mandado embora depois de um episódio macabro. A pedido de Luiz Estêvão (já que o empresário já tinha uma passagem por lá) Jair Rabelo fez contato com um jogador do CRB oferecendo-lhe dinheiro para entregar o jogo para o jacaré que estava capengando no campeonato. A informação vazou e Wagner Marques o dispensou.
Wagner e Cia também tiveram problemas com a federação e com o GDF. Arruda queria que o Gama brigasse pelo menos para permanecer tendo em vista o esforço feito para que o DF seja uma das sedes da copa de 2014. Tudo em vão.
Por último, mesmo com o restante da diretoria clamando para que Risada fosse o técnico no lugar do defenestrado Gelson Silva, Wagner e Macedo apostaram tudo no aprendiz de técnico e preparador físico Jean Cláudio. Em uma fase decisiva do campeonato, com o elenco rachado e enfrentando feras do futebol, o resultado não poderia ser outro. Uma vitória, dois empates e cinco derrotas.
Agora a torcida pergunta: Qual será o futuro do Gama? O novo estádio espera uma equipe que represente a comunidade à altura de suas tradições.
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