segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Gama completa 35 anos de existência na série D e sem títulos.
Foto: Memorial Gamense
Foto: Memorial Gamense
Dez campeonatos candangos, um campeonato da série B e três versões de escudos depois, o Gama completa 35 anos de existência. O clube alviverde que mudou a geografia do futebol em 1998 e foi o maior clube de futebol do Distrito Federal, hoje não é nem de longe aquele clube que era sempre respeitado pelos adversários nas competições que disputava.
Sem comemorar um título desde 2003 (o último foi o candangão), o outrora grande Gama hoje vive uma crise dentro e fora das quatro linhas. No último campeonato candango conseguiu a proeza de ser eliminado na primeira fase (onde ficou no G-4 durante toda a competição) perdendo a vaga para o recém promovido Ceilandense na última rodada no estadio Bezerrão.
Longe da Copa do Brasil desde 2007 perdendo espaço na mídia nacional para clubes sem expressão como Brasília, Dom Pedro e Ceilândia, o alviverde passou neste ano a vergonha de ser rebaixado para a última série do campeonato brasileiro com uma campanha medíocre: em oito jogos não conseguiu uma única vitória terminando na lanterna de seu grupo com cinco pontos conquistados em cinco empates.
Os resultados dentro das quatro linhas refletem diretamente o que acontece fora dele. No poder desde 2008, a administração do atual presidente Paulo Goyaz tem dado prioridade a resolver os problemas administrativos e financeiros do clube em detrimento do futebol. Tentou estruturar o departamento de futebol, sanar as dívidas e resolver a questão da Sede Social que era um grande imbróglio.
No departamento de futebol chamou Flávio Raupp que assumiu a função e em 2009 trouxe para o clube o projeto do time de aspirantes (que viria a ser o time titular do Gama no ano seguinte) além de montar o programa Sócio Torcedor nos mesmos moldes do Internacional de Porto Alegre. Seria uma revolução na administração do clube conhecido por ser um "balcão de negócios" na mídia. Porém após problemas financeiros, políticos internos e conflitos de interesses, hoje o Gama não tem mais o time de aspirantes, demitiu a maioria dos jogadores que atuavam naquele projeto e o Sócio Torcedor perdeu a principal função que era de trazer a torcida de volta ao clube. Até hoje o Gama não tem um Diretor de Futebol. Uma comissão formada pelo técnico (Heriberto da Cunha), Gerente de Futebol (Mauro Ramos) e Vice Presidente (Carlos Macedo) é quem decide sobre as contratações.
O Sócio Torcedor ainda está em funcionamento, porém não faz mais o papel de Marketing que tinha. O número de convênios está engessado, não realiza mais promoções (o último sorteio foi em julho), a diretoria não divulga o balancete financeiro (somente um balancete foi realizado em um ano de projeto) e o CT e Estádio foram fechados para os abnegados torcedores que acompanham o time. A diretoria não confirma, mas boa parte dos torcedores ou rescindiu ou deixou de pagar o Sócio Torcedor e o programa tende a ser extinto mesmo depois do alto investimento utilizado para sua implementação.
De solução, o programa Sócio Torcedor virou um problema. Isto porque com a chegada do programa, a diretoria foi obrigada a aumentar o valor do ingresso para incentivar a adesão da torcida ao programa. Em contrapartida afastou a maior parte da torcida sazonal do alviverde e os torcedores de baixa renda que são maioria na cidade e entorno. A má fase dentro de campo ainda ajudou a afugentar os torcedores que deixaram as arquibancadas do estádio Bezerrão parcialmente vazias.
Estádio que aliás foi muito aguardado pela torcida e era esperança de dias melhores para o alviverde. Mas o antigo caldeirão virou inimigo do clube. Antigamente os times que jogavam no Bezerrão temiam a pressão da torcida e dificilmente saíam vitoriosos dentro de campo. Hoje a campanha do Gama como mandante é apenas razoável.
A resposta foi o fim de várias torcidas organizadas que acompanhavam o alviverde: Inferno Verde, Raça alvi-verde, Força Jovem, Esquadrão alviverde, Comando Verde, Amigos do Gama, Bêbados do Alambrado, Barra alviverde. Hoje só a IRA Jovem ainda segue apoiando o combalido clube.
FUTURO
O futuro do Gama hoje é uma grande interrogação. Condições para o clube voltar a ser grande não faltam. Embora estas condições estejam nas mãos de um ou outro, o Gama tem um belíssimo estádio (Bezerrão com capacidade para 25.000 pessoas que pertence ao GDF), um Centro de Treinamento com quatro campos de futebol (CT Ninho do Periquito que pertence à Wagner Marques e Agrício Braga, ex-presidentes do clube) e uma torcida fiel que ama o clube, agora à distância esperando o dia em que o time volte a mostrar o profissionalismo da década de 1990.
Com a recente negociação da sede social, uma parte do dinheiro arrecadado deve vir para o Departamento de Futebol do clube o que deve aumentar os investimentos na equipe de futebol profissional. Além disso cogita-se que após a construção do empreendimento na antiga sede social o Gama deverá ficar com vários imóveis em nome do clube, gerando assim uma receita mensal em aluguéis suficiente para manter suas atividades sem depender de patrocínios. Nas mãos de quem entende de futebol, o Gama tem tudo para voltar a ser o grande Gama que o povo do DF espera que seja.
O torcedor do Gama é conhecido pela passionalidade. É inegável reconhecer que hoje o torcedor do Gama está "de mal" com o clube. Mas é somente o escrete gamense pisar no estádio que o verdadeiro torcedor estará lá. E basta apenas o time demonstrar raça que ele vai voltar a apoiar. Está no sangue.
Sem comemorar um título desde 2003 (o último foi o candangão), o outrora grande Gama hoje vive uma crise dentro e fora das quatro linhas. No último campeonato candango conseguiu a proeza de ser eliminado na primeira fase (onde ficou no G-4 durante toda a competição) perdendo a vaga para o recém promovido Ceilandense na última rodada no estadio Bezerrão.
O recorde de público no estádio Mané Garrincha até hoje é do Gama: mais de 55 mil pagantes.
Foto: Arquivo
Foto: Arquivo
Longe da Copa do Brasil desde 2007 perdendo espaço na mídia nacional para clubes sem expressão como Brasília, Dom Pedro e Ceilândia, o alviverde passou neste ano a vergonha de ser rebaixado para a última série do campeonato brasileiro com uma campanha medíocre: em oito jogos não conseguiu uma única vitória terminando na lanterna de seu grupo com cinco pontos conquistados em cinco empates.
Os resultados dentro das quatro linhas refletem diretamente o que acontece fora dele. No poder desde 2008, a administração do atual presidente Paulo Goyaz tem dado prioridade a resolver os problemas administrativos e financeiros do clube em detrimento do futebol. Tentou estruturar o departamento de futebol, sanar as dívidas e resolver a questão da Sede Social que era um grande imbróglio.
No departamento de futebol chamou Flávio Raupp que assumiu a função e em 2009 trouxe para o clube o projeto do time de aspirantes (que viria a ser o time titular do Gama no ano seguinte) além de montar o programa Sócio Torcedor nos mesmos moldes do Internacional de Porto Alegre. Seria uma revolução na administração do clube conhecido por ser um "balcão de negócios" na mídia. Porém após problemas financeiros, políticos internos e conflitos de interesses, hoje o Gama não tem mais o time de aspirantes, demitiu a maioria dos jogadores que atuavam naquele projeto e o Sócio Torcedor perdeu a principal função que era de trazer a torcida de volta ao clube. Até hoje o Gama não tem um Diretor de Futebol. Uma comissão formada pelo técnico (Heriberto da Cunha), Gerente de Futebol (Mauro Ramos) e Vice Presidente (Carlos Macedo) é quem decide sobre as contratações.
O inesquecível time campeão brasileiro em 1998: Marcelo Cruz; Paulo Henrique, Gérson, Jairo e Rochinha; Deda, Humberto, William e Rodrigo; Nei Bala e Nei Júnior.
Foto: Correio Braziliense
Foto: Correio Braziliense
O Sócio Torcedor ainda está em funcionamento, porém não faz mais o papel de Marketing que tinha. O número de convênios está engessado, não realiza mais promoções (o último sorteio foi em julho), a diretoria não divulga o balancete financeiro (somente um balancete foi realizado em um ano de projeto) e o CT e Estádio foram fechados para os abnegados torcedores que acompanham o time. A diretoria não confirma, mas boa parte dos torcedores ou rescindiu ou deixou de pagar o Sócio Torcedor e o programa tende a ser extinto mesmo depois do alto investimento utilizado para sua implementação.
De solução, o programa Sócio Torcedor virou um problema. Isto porque com a chegada do programa, a diretoria foi obrigada a aumentar o valor do ingresso para incentivar a adesão da torcida ao programa. Em contrapartida afastou a maior parte da torcida sazonal do alviverde e os torcedores de baixa renda que são maioria na cidade e entorno. A má fase dentro de campo ainda ajudou a afugentar os torcedores que deixaram as arquibancadas do estádio Bezerrão parcialmente vazias.
Éramos felizes e não sabíamos. O escurinho do antigo Bezerrão era a casa do gamense. Hoje nem bandeiras podem entrar.
Foto: Flogão Inferno Verde
Foto: Flogão Inferno Verde
Estádio que aliás foi muito aguardado pela torcida e era esperança de dias melhores para o alviverde. Mas o antigo caldeirão virou inimigo do clube. Antigamente os times que jogavam no Bezerrão temiam a pressão da torcida e dificilmente saíam vitoriosos dentro de campo. Hoje a campanha do Gama como mandante é apenas razoável.
A resposta foi o fim de várias torcidas organizadas que acompanhavam o alviverde: Inferno Verde, Raça alvi-verde, Força Jovem, Esquadrão alviverde, Comando Verde, Amigos do Gama, Bêbados do Alambrado, Barra alviverde. Hoje só a IRA Jovem ainda segue apoiando o combalido clube.
FUTURO
O futuro do Gama hoje é uma grande interrogação. Condições para o clube voltar a ser grande não faltam. Embora estas condições estejam nas mãos de um ou outro, o Gama tem um belíssimo estádio (Bezerrão com capacidade para 25.000 pessoas que pertence ao GDF), um Centro de Treinamento com quatro campos de futebol (CT Ninho do Periquito que pertence à Wagner Marques e Agrício Braga, ex-presidentes do clube) e uma torcida fiel que ama o clube, agora à distância esperando o dia em que o time volte a mostrar o profissionalismo da década de 1990.
Com a recente negociação da sede social, uma parte do dinheiro arrecadado deve vir para o Departamento de Futebol do clube o que deve aumentar os investimentos na equipe de futebol profissional. Além disso cogita-se que após a construção do empreendimento na antiga sede social o Gama deverá ficar com vários imóveis em nome do clube, gerando assim uma receita mensal em aluguéis suficiente para manter suas atividades sem depender de patrocínios. Nas mãos de quem entende de futebol, o Gama tem tudo para voltar a ser o grande Gama que o povo do DF espera que seja.
O torcedor do Gama é conhecido pela passionalidade. É inegável reconhecer que hoje o torcedor do Gama está "de mal" com o clube. Mas é somente o escrete gamense pisar no estádio que o verdadeiro torcedor estará lá. E basta apenas o time demonstrar raça que ele vai voltar a apoiar. Está no sangue.
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Parabens pela materia!!!
Gostaria tbm que o pessoal do site pedise para que a torcida IRA JOVEM comparece-se no jogo da base final de semana para que possam apoiar as equipes sub 16 e 17 para a classificação para a final.
Muito obrigado e fiquem com deus PARABENS SOCIEDADE ESPORTIVA DO GAMA!!!!!!!!
Parabéns a todos que formam a equipe de esporte do BloGama por essa belíssima matéria relembranddo muitas glórias do nosso querido Gamão do Povão. Enquando isso...no Gamagol (site oficial do Gama)nem uma nota seguer, mas também, com os dirigentes que o nosso time tem (só pensam em $$$$$$$) não se pode esperar nada mesmo. Lamentável e vergonhoso...!!!
Sócio Torcedor 26
EU QUERO MEU GAMA DE VOLTA!!!!!
Carlos Macedo libere esses donheiro....
Traga a alegria a nossa Cidade
A NOSSA PAIXÂO VEM DO FUTEBOL....
Jairo de MOraes morador do Gama
Parabens e vida longa a Sociedade Esportiva do Gama. Infelizmente, não temos muito o que comemorar, depois de mais um rebaixamento. Como gamense, o que eu gostaria de ter como presente de aniversário, seria a RENÚNCIA da diretoria, e a formação de uma diretoria composta por verdadeiros gamenses e de preferencia, que morem na cidade.
Antonio
Meus parabéns pela maravilhosa matéria. É muito bom saber que existem Gamenses de verdade, que respiram a paixão pelo nosso Gama. Que saudade do meu Gamão do Povão, do Bezerrão cheio e da torcida feliz.