quinta-feira, 4 de setembro de 2008

10 ANOS DO TÍTULO: A semente

Autor: Marcelo | quinta-feira, 4 de setembro de 2008 | Categoria: |

O ano era 1998. O Gama havia conseguido seu 6º título estadual e o segundo consecutivo em cima do seu rival mais forte na época , o Guará. A série B começaria log em seguida e o nosso presidente na época Agrício Braga tinha um objetivo. Fazer com que o Gama subisse à primeira divisão.
No ano anterior o objetivo quase foi cumprido. Porém o Gama caiu nas semifinais para o Náutico. Mas à aquela altura o Gama já era conhecido como uma equipe que jogava direitinho mas não o suficiente para subir. É claro que o presidente também tinha um segundo objetivo que era o de se eleger deputado distrital. Naquele ano em especial as coisas estavam indo bem.
Wagner Marques que era o dono de uma construtora dava todo o apoio necessário. O aliado café do Sítio patrocinava o clube e estampava seu nome na camisa alviverde.
O Gama foi campeão naquele ano graças a uma pessoa muito especial. Um jogador que fez história nos clubes por onde passou e depois de atingir certa idade passou a defender clubes menores no centro-oeste. Seu nome era Orlando Pereira, mais conhecido como Orlando Lelé.
Orlando Lelé ou amarelo foi um ídolo no Vasco-RJ. Fez parte da zaga conhecida como "barreira do inferno" em uma época de ouro do futebol que era mais arte do que qualquer outra coisa. Batia falta como poucos e era conhecido como "canhão da vila" no clube cruzmaltino.
Zagueiro e lateral raçudo e que costumava arrumar confusão, Orlando deixou muita história para contar. Certa vez atuando no Vasco foi para um jogo contra o Flamengo. No rubro-negro estava despontando um jogador excepcional de nome Júlio César, que tinha o apelido de "Uri Gheler" fazendo referência ao mágico que entortava qualquer coisa com o poder do pensamento. Júlio tinha a perversa mania de narrar suas próprias jogadas e isso irritou o pavio curto Orlando.

– E lá vai Júlio César... passa por Orlando!

Um drible.

– E Júlio César dribla Orlando!

Outro drible.

Numa das vezes seguintes o golpe foi fatal. No joelho de Júlio César, que caiu para não se levantar mais no jogo. Foi embora de maca. Nunca mais seria o mesmo jogador. Seu joelho nunca mais teve elasticidade para driblar como antes. Na saída do campo, com ele gritando de dor, Orlando foi até a beira da maca e disse algo. Há controvérsias sobre o que foi dito, provavelmente nunca se saberá depois de tanto tempo. Dizem que foi a seguinte frase:

– E Orlando acaba com a palhaçada!

Orlando foi um desbravador já que abriu outros caminhos no futebol. Ao invés de tentar carreira nos tradicionais clubes do eixo rio-são paulo, ele fez o caminho inverso e foi para o centro-oeste. Jogou no Gama em 1988 e foi técnico campeão com o desconhecido Goiatuba em 1992. Temos até um vídeo dele na época em que apareceu no globo esporte. (O Gama usava adidas!!!)


Orlando foi o técnico campeão candango de 1998 que iniciou a campanha vitoriosa daquele ano. Há exatos 9 anos nosso querido Orlando nos deixou. Vítima de um mal-estar súbito em 98 quando tomava banho em seu apartamento, teve uma queda que lhe deixou tetraplégico. Logo ele que era tão cheio de energia teve que conviver com a paralisia. Em 99 morreu com embolia pulmonar.
Nossas homenagens ao mestre Orlando que tinha um carinho muito grande pelo Gama e trouxe para nosso clube um conhecimento que só um ídolo poderia ter.

Até o momento 1 comentários:

  1. Viva Orlando Lelé!!! Parabéns ao dono do blog, é excelente!!


    Felipe


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